A Bolívia anunciou nesta quarta-feira (3) que vai denunciar Portugal, Espanha, França e Itália na Comissão dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) por terem fechado o espaço aéreo ao avião do presidente Evo Morales. "Enquanto governo, apresentamos nossas queixas em nível internacional. Já o fizemos na ONU e, nas próximas horas, vamos fazê-lo na Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas", disse o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García, que ocupa interinamente a Presidência.
Em entrevista coletiva em La Paz, García explicou que, com isso, a Bolícia pretende "iniciar um procedimento contra os responsáveis pela violação do direito aéreo, que puseram em perigo a vida do presidente, ao impedir o sobrevoo dos territórios de alguns países europeus, o que não acontece mesmo em tempo de guerra."
Evo Morales, que voltava de uma viagem a Moscou, foi obrigado a uma escala forçada de 13 horas em Viena, depois de vários países europeus terem fechado o espaço aéreo ao avião presidencial, alegando que o ex-consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden estava a bordo. Snowden é acusado pelo governo dos EUA de traição.
Em Moscou, Morales havia declarado que a Bolívia estuda a possibilidade de conceder asilo político a Snowden.
Algumas horas após o fechamento do espaço aéreo, os quatro países europeus autorizaram o avião de Morales a sobrevoar os respectivos territórios.
Para o governo boliviano, o incidente é parte de um plano orquestrado pelos Estados Unidos, país com o qual a Bolívia mantém um relacionamento difícil.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou hoje ter cancelado, por “considerações técnicas”, o sobrevoo de Portugal e a aterrissagem em Lisboa do avião de Evo Morales, na segunda-feira (1º) à tarde.
Em comunicado, o ministério disse que a interdição de sobrevoo do espaço aéreo português foi levantada às 21h10 do mesmo dia, mantendo-se a interdição de aterrissagem “por considerações técnicas”.
O chefe da diplomacia da Bolívia, David Choquehuanca, disse que Portugal recusou o pouso para reabastecimento do avião presidencial por “suspeitas infundadas” de que o ex-consultor da NSA estava a bordo.
Em La Paz, o deputado Galo Bonifaz, da base governista, informou que o Parlamento boliviano vai pedir a expulsão dos representantes diplomáticos da França, de Portugal e da Itália como represália pela interdição de sobrevoo do espaço aéreo ao avião de Morales.
"Na quinta(4), iremos solicitar à chancelaria [Ministério das Relações Exteriores] que declare personae non gratae" os diplomatas dos três países, "por respeito aos bolivianos e, acima de tudo, pela vida de um presidente", declarou Galo Bonifaz.
O governo boliviano informou que vai convocar com urgência os representantes diplomáticos da França, da Itália e de Portugal em La Paz para explicar os contornos do incidente com o avião de Morales.
Desde a noite passada, manifestantes concentram-se em La Paz em frente a várias embaixadas para protestar contra os países europeus que se recusaram a abrir seu espaço aéreo ao avião presidencial.
Unasul vai convocar reunião
A Secretaria-Geral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) confirmou nesta quarta (3) que haverá uma reunião extraordinária com os presidentes dos 12 países que integram o bloco (o Paraguai está suspenso temporariamente) para discutir a proibição ao sobrevoo e à aterrissagem do avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, em países da Europa.
A data da reunião ainda será definida. O objetivo é promover uma demonstração pública de rechaço à iniciativa dos governos de Portugal, da Itália, da França e da Espanha.
Em comunicado, o secretário-geral da Unasul, Alí Rodríguez, diz que a reunião foi convocada a pedido do presidente do Equador, Rafael Correa. “A Secretaria-Geral da União das Nações Sul-Americanas, a Unasul, rechaça a perigosa atitude assumida pela França e por Portugal ao cancelar intempestivamente a permissão de sobrevoo do avião em que estava o presidente Evo Morales”, diz o texto.
Nos parágrafos seguintes, o comunicado se refere à reunião extraordinária. “O presidente do Equador, o economista Rafael Correa Delgado, solicitou ao secretário-geral da Unasul, Alí Rodríguez Araque, que solicite à Presidência Pro Tempore da organização representada pelo presidente do Peru [Ollanta Humala] para convocar de forma urgente uma reunião extraordinária”, diz o texto.
Desde quarta, o assunto é examinado pela Presidência da República do Brasil e pelo Ministério das Relações Exteriores. Assessores de Dilma examinam a hipótese de haver uma declaração formal de repúdio à proibição por parte da Unasul. O tema está sendo conduzido pelo assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
O embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, disse à Agência Brasil que é fundamental também que ocorra uma declaração formal durante a Cúpula do Mercosul, no próximo dia 12, em Montevidéu, no Uruguai. “Foi um ato de violação não apenas à Bolívia, mas a todos os latino-americanos, principalmente os países menores. É uma agressão a todos nós”, disse o diplomata.
O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, disse que o país pretende denunciar a situação constrangedora vivida pelo presidente Morales. “Não sabemos quem inventou essa grande mentira, mas queremos denunciar à comunidade internacional esse injustiça com o presidente”, informou.
Vários presidentes latino-americanos saíram em defesa de Morales, como a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, que classificou de “humilhante” o fato. “Definitivamente, estão todos loucos. Um chefe de Estado e seu avião têm imunidade total. Não se pode permitir esse grau de impunidade”, disse Cristina, em sua conta no Twitter.
Com informações da Agência Brasil
|
LIBERTADOS LOS CINCO CUBANOS. Blog donde se expresaron los sentimientos de solidaridad con los cinco compatriotas cubanos que estaban presos injustamente en Estados Unidos, dando una pequeña cota de contribución para la libertad de los mismos. Aborda también cuestiones relativas a Cuba y a los cubanos.
quinta-feira, 4 de julho de 2013
Bolívia denuncia Portugal, Espanha, França e Itália na ONU
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário